Garrafas de água, mamadeiras e embalagens. Esses são alguns exemplos da utilização de BPA, ou bisfenol A, no cotidiano. Trata-se de uma substância industrializada, carregada de dúvidas quanto a seus efeitos na saúde humana e, por consequência, receio de sua utilização.
Alguns estudos relatam que utilização dessa substância, em pequenas doses, pode acarretar distúrbios na fertilidade, no comportamento, nos hormônios, no sistema nervoso, dentre outros problemas.
Entretanto, mesmo com todo esse pavor em volta do bisfenol A, grande parte da população continua utilizando essa substância. Isso porque boa parte das pessoas não possui o conhecimento dessa substância e de seus efeitos.
Dessa forma, trouxemos um artigo que elucida algumas dúvidas com relação ao BPA, como este pode ser absorvido pelo organismo, a sua função, se faz mal a saúde e como evitá-lo.
O que é BPA?
Os avanços tecnológicos e científicos surgem para suprir as necessidades da população. Isso foi o que aconteceu com o conhecimento sobre novos elementos químicos, e sua utilização na fabricação de utensílios para o dia a dia.
Dentro desse contexto, surgiu o plástico, e sua primeira aparição se deu por volta do século XX. Sua composição básica são os polímeros sintéticos, que se formam a partir da junção de vários monômeros, compostos orgânicos, isto é, possuem carbono e hidrogênio na sua composição.
Graças a essa descoberta, o plástico passou a ser utilizado na confecção de embalagens e ganhou notória comercialização a preços baixos. Embora o plástico já fizesse bastante sucesso, novos avanços tecnológicos propiciaram o surgimento de “subtipos” desse material.
Dessa maneira, chegamos a invenção do Bisfenol A, ou BPA, que se tornou muito popular devido sua aparência que esbanja transparência, resistência e durabilidade. Esse subtipo de plástico passou a integrar a estrutura da resina epóxi, mais especificamente no revestimento interno de latas de alimento e bebidas.
Significado do termo BPA
O termo BPA, quimicamente, pode ser traduzido pela seguinte composição: 2,2`bis (4-hidroxifenil) propano. O processo de formação dessa substância se dá pela condensação da acetona com dois compostos semelhantes ao fenol. Essa reação é acelerada (ou catalisada) pelo ácido clorídrico.
Entretanto, simplificadamente, o BPA é uma substância orgânica sintética, que também pode ser reconhecida como Bisfenol A. Esse composto compõe um dos monômeros que constituem um polímero conhecido como plástico, e é bastante utilizado em DVD’s, computadores, eletrodomésticos, brinquedos, mamadeiras, dentre outros.
Absorção do BPA pelo organismo
Há inúmeros trabalhos que condenam e aceitam o uso da substância, que hoje é utilizada em praticamente todo tipo de embalagem destinada a alimentos. Entretanto, para entender como esse composto atua no nosso organismo, precisamos saber onde é que o encontramos.
O BPA está presente em papéis térmicos, depósitos de plástico para acondicionar alimentos, em garrafas PET, mamadeiras, resinas que revestem latas de bebidas e conservas, dentre outros locais. Alguns pesquisadores o chamam de “composto químico onipresente”, devido a sua co-participação em quase tudo que conhecemos.
Dessa forma, o organismo pode absorver o bisfenol tanto pelo contato com a epiderme, o que caracteriza a exposição via transdérmica, ou seja, pela manipulação de objetos de plástico. Como também por via oral.
Esse último acontece pela transmissão da substância presente nos depósitos de armazenamento de comida para a comida. Isso acontece devido o aquecimento desses vasilhames, transmitindo, assim, o BPA.
Para que serve o BPA
O Bisfenol A serve para compor a estrutura do polímero que forma o plástico. Dessa forma o BPA pode ser utilizado no armazenamento de diversos produtos, desde água a comida. Portanto, essa substância é encontrada em garrafas plásticas e garrafões de água de 20 litros.
Além desses, esse composto pode ser encontrado também, em comidas e bebidas enlatadas, em mamadeiras, e copos infantis, em computadores, DVD’s, em eletrodomésticos, em resinas epóxi, em PVC flexível, em brinquedos, dentre outros..
BPA faz mal para a saúde?
Há estudos que afirmam que o BPA é prejudicial a saúde, entretanto outros trabalhos garantem que está tudo bem utilizar o plástico no dia a dia. Embora não tenhamos uma resposta definitiva, vejamos alguns efeitos que o uso excessivo dessa substância pode causar ao organismo.
O Bisfenol A é um componente muito semelhante ao hormônio feminino estrogênio, que é responsável pelo desenvolvimento de característica físicas femininas e do controle da ovulação. Dessa forma, a substância pode atuar como um disruptor endócrino.
Ou seja, o BPA é caracterizado como um componente ingerido pelo corpo, que pode agir, semelhantemente, a um hormônio, confundindo, assim, o sistema endócrino, e causando modificações fisiológicas.
Dessa maneira, ele causa problemas reprodutivos em homens e mulheres, prejudica a função do fígado, além do desenvolvimento mental de fetos. Outrossim, essa mesma substância pode causar alterações de comportamento, como agressividade e transtornos de atenção em crianças.
Como evitar o BPA?
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia(SBEM) recomenda evitar o uso excessivo dessa substância. Dessa forma, ela indica alguns passos que podem ser realizados a fim de evitar a exposição a substância.
Dentre os passos a serem seguidos estão: evitar o uso de mamadeiras e utensílios de plástico para bebês, preferindo, assim, materiais de vidro. Não esquentar no microondas bebidas e alimentos acondicionados em plástico, evitar armazenar no freezer alimentos e bebidas em plástico.
Além disso, a SBEM recomenda, para eliminar de vez o BPA da sua casa, evitar o uso de copos, pratos e outros utensílios de plástico, evitar o consumo de alimentos e bebidas enlatadas e descartar utensílios de plástico lascados e/ou arranhados.